terça-feira, 23 de outubro de 2012

Do It Yourself - Entrevista: Dillema


O Do It Yourself dessa semana vem em edição especial e traz uma entrevista com a banda de hardcore Dillema! Na ativa desde 2006, os pernambucanos nos contaram sobre suas influências, o HC no Nordeste, processo de gravação do novo disco, entre outras coisas. Confira abaixo o que conversamos com os caras e conheça o som!


Pra começar, apresente a banda pra quem ainda não conhece.
A gente é uma banda de hardcore de Pernambuco que existe desde 2006. Mais especificamente, moramos mais da metade da banda na mesma rua, em Olinda, Região Metropolitana de Recife. Somos eu (Pablo) no vocal, Rhayann e Luan (irmãos), no baixo e bateria, respectivamente, Diogo e Mota nas guitarras.

Que bandas influenciaram o início do Dillema? O que vocês tem escutado ultimamente?
Já escutamos bastante Dead Fish, Reffer, Satanic Surfers, Nofx, Lagwagon e muitas outras coisas. De uns tempos pra cá, a gente escuta tudo isso e mais um monte de bandas nacionais como Bullet Bane, Rancore, Pense, Rótulo, Aliados 13, e gringas como Belvedere, This is a Standoff e Comeback Kid.

As músicas de vocês possuem letras com críticas às injustiças sociais e ao estado de indiferença das pessoas. Vocês acham que a música tem algum papel importante para mudar essa realidade?
Sem dúvida. Esse som faz a gente fazer amizades e refletir enquanto tamo junto, num show, por exemplo. Mas só a amizade que é feita, mesmo fora dos shows, faz com que uma galera se junte com o mesmo tipo de pensamento. O hardcore pode ser tanto o atrativo pra unir a rapaziada quanto o combustível pra fazer as ondas acontecerem. O problema é que muita gente não tem tempo pra fazer nada que não seja unicamente em prol de melhorar a própria vida. A galera do hardcore é um pouco diferente disso. Mas, infelizmente, só um pouco. Muito pouco, ainda.



Como é o processo de composição? Vocês se reunem ou cada um apresenta uma ideia e a banda desenvolve em conjunto?
Geralmente alguém faz alguma coisa em casa, tipo uma base, um vocal e já manda a real das bateras e da estrutura da música quando a gente se reúne no Mamae’s House, que é o home studio dos irmãos, onde a gente gravou o disco. Daí, a gente entra no estúdio com o objetivo de lapidar tudo isso durante um tempo.

Como foi a recepção do público para o "Expresso Barbárie"?
A gente ficou bastante feliz, porque realmente não esperávamos que tanta gente que curte hardcore, de vários lugares desse país enorme, fosse se comunicar com a gente pela internet, pra trocar uma ideia e pra falar o quanto curtiu o disco. Realmente, foi impressionante. Terminou que, com isso, fomos chamados pra tocar em quase todas as capitais do Nordeste e em alguns lugares do Sudeste e do Sul. Até agora só tivemos a oportunidade financeira de fazermos algumas capitais do Nordeste. Quem sabe o resto não aconteça após o próximo disco?

E a gravação do próximo disco? O que podemos esperar do "Resistência"?
Estamos muito empolgados com o que está vindo por aí. A banda passou por uma mudança de guitarristas desde o último disco e os caras estão vindo com umas ideias que estão deixando a gente de queixo caído. No último disco a gente tinha feito uma parada de juntar e reformar músicas que fazíamos desde 2006. Dessa forma é inevitável que apareçam algumas coisas desconexas com a atual vibe da banda. Mas agora não, a gente tá fazendo o disco num take só, digamos assim. Tamo muito empolgados. Acredito que realmente pode-se esperar um disco bem melhor de se ouvir do que o "Expresso Barbárie".

Algum integrante participa de outra banda?
Sim. O baterista Luan tira um grana tocando numa orquestra e o guitarrista Diogo tem mais duas bandas de projetos autorais chamadas Noite de Maio e Noite em Moscou. Eu tinha uma banda, chamada Xerk’s, que só gravou uma música mas que já era conhecida por várias pessoas aqui em Recife. Por motivos de força maior, a banda deixou de existir, mas quem quiser conferir, tem uma música nossa no Purevolume, não deve ser difícil de achar no google.



Pernambuco se destaca por seus ritmos e festas tradicionais. Qual a relação de vocês com esses gêneros?
A relação com o som da banda, quase nenhuma, apesar de que, vez ou outra, me passam pela cabeça umas quebradas com 2 ou 3 segundos de duração que lembram, teoricamente, quebradas rítmicas de sons como frevo ou maracatu. Mas respondendo de forma mais direta, acho que todo mundo da banda curte bastante esses dois ritmos (frevo e maracatu) e a festa mais tradicional e mais impressionante que vi na minha vida, que é o carnaval daqui. Não perco por nada.

O que vocês tem visto de interessante no hardcore do Nordeste? Alguma banda se destaca, festivais, a galera está se unindo para correr atrás de divulgação?
A galera está se unindo pouco. Interessante é Fortaleza, que rola muita coisa, mas ainda com pouca união. Recife tá devagar. Quem se destaca é Rótulo de Aracaju, Piron Heron de Fortaleza, Not My Problem de Maceió, White My Self e Born To Freedom de Natal e outras. Essas bandas são muito boas, escuto sempre.



Como está a agenda de shows do Dillema? Vocês tem tocado bastante ou estão focados na produção do segundo álbum?
Realmente tamo focando na produção do álbum. Tem aparecido convites para eventos cheios de coisas que nos desagradam aqui em Recife, furadas mesmo. Coisas que vão desde um som horrível a um organizador querendo lucrar e lucrar. Então, quando aparece uma tocada fora do estado, dependendo do esquema financeiro de passagens, a gente vai tocar feliz da vida e tem sido muito bom. Recentemente rolou um show da gente em Fortaleza que foi realmente emocionante, foi cacete! Mas a gente é cheio de trabalho e estudo, não dá pra organizar uma agenda de shows e fazer o disco ao mesmo tempo não. Mas já estamos negociando vários shows em outros estados para quando sair o "Resistência". Será um prazer se aparecerem mais, desde já, pra incrementar nossa agenda.

Valeu pela entrevista. Fica o espaço pra divulgação dos contatos da banda, agenda de shows, etc. Parabéns pelo som, abraços!
Pô, a gente agradece muito pelo espaço. Queremos divulgar mesmo a parada e quem quiser sacar a banda e falar com a gente, ficam os contatos: Tem o nosso Facebook, tem o Oi Novo Som, tem o Trama Virtual e tem o MySpace. Qualquer coisa, pode falar com a gente através do meu e-mail pabloodecastro@gmail.com. Um abraço, galera. Hardcore!

Lembramos que o primeiro cd dos caras está disponível no Trama Virtual! Pode baixar que é de graça! Compartilhe o som!

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