Terça-feira é dia de música independente no MUNC CREW e hoje vamos trocar uma ideia com uma das bandas de maior destaque do underground mineiro atual: COLT 45! Na entrevista, o vocalista Marcelo Santana nos fala sobre as influências da banda, shows, a cena atual do Metal mineiro, projetos e várias outras coisas bacanas. Check!
Marcelo, pra começar apresente o Colt 45 pra quem ainda não conhece.
E ae galera do MUNC CREW, grande abraço a todos e muito obrigado pelo espaço. O Colt é uma banda de Metal daqui mesmo de Belo Horizonte, nascida em Agosto de 2006. Na época tínhamos uma proposta de compor músicas mesclando Metal Tradicional e Hard Core NY, que era o som que tínhamos mais envolvimento na época, porém, as coisas evoluíram, os gostos e atitudes mudaram e hoje em dia acreditamos fazer um som bem mais pesado e além de tudo bem mais maduro do que antes, tendo o Death Metal como principal influência, mas não se prendendo totalmente ao estilo. Dentro desses 6 anos tivemos algumas mudanças na formação e atualmente os integrantes: Marcelo Santana (Vocal), Luis Augusto (Guitarra), Rafão Reis (Baixo), Caio Ribeiro (Guitarra) e Vinícius Diniz (Bateria).
Quais são as bandas que influenciam e ajudam a definir o som do Colt 45?
São bandas tanto da velha escola do Metal Extremo quanto as de agora, como por exemplo: Cannibal Corpse, The Black Dahlia Murder, All Shall Perish, Behemoth, Job For A Cowboy, Meshuggah, Napalm Death, Pantera. Muita coisa, na verdade. Todos nós estamos sempre ouvindo coisas novas e velhas o tempo todo. Vamos tentar tirar o melhor das coisas.
Como rola o processo de composição das músicas?
Atualmente o primeiro passo para a composição parte das guitarras. Luis e/ou Caio trazem algum Riff ou até mesmo uma música quase completa e nisso juntamos com o Vinícius para começarmos a composição da bateria. Nisso eu tento acrescentar algumas ideias, o Rafão também tem grande parte no processo. Assim com a música já quase 100% estruturada eu venho com a linha de vocal e as letras.
Quais os temas principais que vocês abordam nas letras?
As letras abordam vários assuntos, como incitação a violência em vários aspectos e de várias formas de ódio ou repulsa a um determinado assunto, como política ou defeitos que nós humanos temos, como mentiras, inveja e outras coisas nojentas que só nós somos capazes. Outro ponto que abordamos atualmente está relacionado a religião e as coisas ruins que ela traz pro nosso mundo. Como manipulação das mentes das pessoas, a questão do fanatismo criado a favor dela, onde as pessoas deixam de viver a única vida que têm para ficarem em função de algo que elas nem sequer sabem que se realmente existe e acabam perdendo suas vidas, dinheiro, tempo... Tudo! A vida é uma só e aproveite da forma que quiser, sem dever e/ou temer ninguém.
Você tem bom alcance vocal, variando entre os guturais graves e os berros rasgados. Rola alguma preparação pra isso ou é no peito e na raça mesmo?
Cara, antigamente era tudo no peito e na raça mesmo. Até então, nos primeiros 3 anos da banda o vocal que eu tinha me atendia e atendia também ao som da banda. Porém, as coisas mudaram e eu tive que me adaptar, tive que mudar, ou então, eu não conseguiria fazer parte da evolução dos caras. Hoje em dia tem sim um preparo, um estudo referente aos vocais graves e também com os agudos. Todo esse preparo e estudo que tive, e pretendo retomar o mais breve possível, eu devo ao grande amigo e professor João Vitor, que atende pelo apelido de "Zamfir". Foi por causa dele que eu mudei meu estilo de cantar, aprendi MUITA coisa em muito pouco tempo, mas ainda estou bem no início. Tenho muita coisa pra aprender. Quem tiver o interesse entre em contato conosco que passo o contato do Zamfir. O cara é Mestre.
No início do ano, a banda passou por um período conturbado após o falecimento do baixista Muzzy. Como foi voltar às atividades depois dessa fatalidade?
Pois é, fomos todos pegos de surpresa. Foi uma coisa nova pra nós. A maioria de nós, não tínhamos perdido um amigo tão próximo assim. O sentimento foi e é de muita tristeza. Foi foda. Ainda mais por algo que foi totalmente inesperado.
A volta às atividades foi dolorosa, porém, tínhamos que fazer. Ele com certeza amava fazer parte dessa banda. Investia tempo, dinheiro, estresse, amor na parada. Nós o conhecíamos muito bem e parar era a última coisa no mundo que queria que fizéssemos. Com certeza ele daria e dá a maior força pra continuarmos. Fizemos isso por ele e por nós mesmos. Uma espécie de lição de vida, ou sei lá, uma nova experiência para amadurecermos. Então, posso dizer que não foi algo negativo, muito pelo contrário. Foi extremamente motivador, positivo e importante, tanto pra nós como banda, como amigos e familiares. O cara merece e modéstia a parte nós também. Não estamos aqui atoa.
Sabemos que a banda está se preparando para gravar o primeiro videoclipe. Como está sendo esse projeto? Existe alguma previsão para o lançamento?
Sim, estamos mesmo. É um sonho meu desde adolescente fazer um projeto desses e um sonho da banda. Sem falar que achamos extremamente necessário para o nosso currículo também. O projeto no momento está em "pausa". Éramos pra ter sido concretizado ainda em Junho desse ano, porém, por infelicidade nossa, na data marcada, fomos avisados que não poderíamos utilizar o espaço que pretendemos e agora remarcar está um pouco complicado, por questões profissionais do local e também do nosso amigo Gustavo Black que está bem atarefado com suas coisas pessoais profissionais. Mas temos esperança de gravar o clipe ainda em 2012. Vamos aguardar e torcer.
Além da gravação do clipe, quais outros projetos vocês tem em mente?
Bom, temos em mente o lançamento do nosso EP "The Uprise Of Rotten", que por problemas técnicos de última hora não conseguimos lançá-lo até agora e estamos finalizando e consertando alguns detalhes que são imprescindíveis para que fique extremamente da maneira que a gente precisa que fique. Já era pra estar no ouvido da galera já a alguns meses, mas por algumas infelicidades, não foi possível. Sem falar também no projeto de novos Merchandisings da banda. Temos coisas legais pra lançar. Acredito muito que a galera irá curtir, principalmente a nova camisa da banda, que tem muita procura, mesmo sem anunciarmos praticamente nada. A arte da camisa nova ficou MUITO legal e queremos confeccioná-las e botar na mesa pra galera o mais breve também. Aguardem!
Além do Colt 45, você faz parte de outras bandas. Fale dos projetos paralelos dos outros integrantes.
Isso mesmo. Atualmente eu faço parte junto com o Rafão de outra banda que chama Abate. Além da Abate faço parte da Inviolence junto com o Caio e o Vinicius. O Caio também é integrado ao Dilúvio e o Vinicius é também integrante da Burn The Sun. O Luis tem uma banda, porém já fora do Metal. A banda dele é a Stereotone. Uma banda com um som experimental que mistura Samba Rock, MPB, Jazz. A banda é muito boa. Aliás, todas as bandas são muito boas. O pessoal deve procurar e correr atrás. Tem muito material legal.
O Colt 45 está sempre com a agenda de shows bem movimentada e já chegou até a se apresentar com o Brujeria no Music Hall. Quais os outros shows foram marcantes na carreira da banda?
Nossa, já tivemos muitos shows marcantes. Esse ano, além do show com o Brujeria, dividimos palco também com o Drowned e Facínora, no lançamento do último CD do Drowned, o "Beliggerent". Era um show que esperávamos já desde o ano passado. Fizemos um ótimo show junto com os parceiros do Expurgo, em uma das edições do "Stone Metal Fest". Além deles, rolou Necrobiotic, banda foda de Divinópolis. Um outro evento que rola de ressaltar também foi uma das edições do "BH Metal Fest", que além de nós também teve Tormento e mais um tanto de banda foda. O evento lotou e a galera bateu cabeça até rachar o pescoço. Enfim, já rolou muita coisa boa esse ano e ano passado. Ficaria uma lista imensa aqui falar de todos eles. E esse ano ainda já temos algumas datas importantíssimas agendadas. Uma delas será o show de aniversário do Hammurabi, no dia 26 de agosto no Matriz. Os caras estão completando 6 anos de estrada e por coincidência, a data do show é a data que nós do Colt 45 também comemoramos 6 anos. Os caras chamaram muita banda foda e uma delas é o "Hellcome". Banda que tem marcado presença aqui em Belo Horizonte já há muito tempo. Acho sempre ducaralho dividir palco com eles. E no cast ainda tem o Nerco Chaos. Banda de São Paulo que estão com um destaque sensacional. Quem for nesse evento e quer presenciar coisa extrema e boa, vai ser o ideal.
E o show que vocês fizeram com a galera bizarra do UDR? O público foi muito diferente do que vocês estão acostumados?
Esse show deu o que falar. Nós mesmos não sabíamos o que esperar e o que aconteceria nesse show. Muita gente reprovou por fazermos parte desse evento, pelo estilo que o UDR faz parte, mas ao mesmo tempo teve muita gente que aprovou a parada. Nós fomos e entramos de cabeça na parada. Queríamos mesmo fazer parte daquilo e não nos arrependemos. Foi foda pra caralho. Shows diferentes e atípicos são ótimos pra sair da rotina, alcançar outros públicos. E foi o que aconteceu. Na noite em que rolou o evento, 99% da galera que foi, era galera que curte Metal em todas suas vertentes. Então, vimos logo no início que estávamos em casa. E a galera correspondeu muito com a gente. Tinha muita gente na frente batendo cabeça, outros arregaçando no mosh. Sem falar que recebemos vários elogios logo após o show e o mais legal eram pessoas falando que nunca tinham ouvido a banda, que gostaram muito e que vão acompanhar e apoiar. Valeu demais esse corre "bizarro". O show do UDR foi foda. A galera pirou no show deles e no final tava todo mundo se divertindo. É o mais importante. Ah, e sem falar que esse show já estávamos planejando desde o ano passado. Era uma ideia que o Muzzy teve e que ele queria por em prática. Achamos bizarro, mas topamos. Após o ocorrido, nos sentimos ainda mais com a obrigação de concretizarmos esse show, por nós e também por ele. Ele que deu o primeiro passo. Ainda bem que o UDR topou fazer a parada e outras pessoas também se envolveram e conseguimos concretizar o corre. Foi bizarro e especial. Um dos shows mais divertidos do ano.
Marcelão, valeu pela entrevista! Fica o espaço pra divulgar os contatos da banda, agenda de shows, etc. Parabéns pelo som, abraços!
Eu que agradeço a oportunidade e muito obrigado novamente pelo espaço cedido. Quem ainda não conhece o som do Colt 45 é só acessar nosso Myspace ou então acompanhar as notícias e novidades da banda pela nossa fanpage no Facebook. É só mandar um "Curtir" lá e acompanhar. Mais do que isso, compareçam aos shows, ajudem a movimentar a cena local em qualquer lugar que vocês façam parte. Belo Horizonte é a capital do Metal e não é atoa. Tem muita gente suando a camisa para as coisas aqui rolarem. Todos nós precisamos disso. Valeu MUNC CREW!
Marcelo Santana e COLT .45