Uma das figuras mais conhecidas da música brasileira do século XX, Arnaldo Baptista foi um dos membros fundadores dos Mutantes, talvez a banda mais interessante que tenha surgido no país. Arnaldo era um dos compositores, sendo responsável também pelo baixo, teclado e vocal. A formação original se completava com Sérgio Dias, irmão de Arnaldo (baixo, guitarra e vocal) e Rita Lee (vocal). O grupo iniciou suas atividades em meados dos anos 60, com músicas que misturavam o rock norte-americano com elementos e temas tipicamente brasileiros. Na época, foram condenados pelos puristas por usarem instrumentos estrangeiros, como a guitarra elétrica, para fazer "música popular brasileira". Apesar dessas críticas negativas, os Mutantes se tornaram uma das bandas mais importantes da história da música brasileira. Seu tropicalismo experimental foi aclamado por diversos artistas de outros países (dentre eles, Kurt Cobain, Sean Lennon e Devendra Banhart) e serviu de influência para muitos grupos que vieram depois, como os mineiros do Pato Fu.
No ano de 2008, o Canal Brasil produziu um documentário sobre a vida e carreira de Arnaldo Baptista: "Loki". Dirigido por Paulo Henrique Fontenelle, o longa-metragem traz depoimentos de quem conviveu com o músico, amigos, artistas, críticos musicais, além de relatos dele próprio. O grande mérito do filme é contar com sensibilidade os altos e baixos da vida intensa de Arnaldo, passando por sua infância, o sucesso com os Mutantes, os problemas com a banda, o relacionamento com Rita Lee, a depressão, a tentativa de suicídio e sua atual fase serena e artística. A trilha sonora conta com vários clássicos dos Mutantes e canções da carreira solo de Arnaldo.
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