A banda Pavilhão 9 foi formada no bairro do Grajaú, em 1990. O nome foi retirado de um dos pavilhões do presídio do Carandiru.
Dois anos depois, o grupo lançou seu primeiro álbum: Primeiro Ato. Uma das músicas do disco, intitulada Otários Fardados, gerou bastante polêmica. Revoltados com a letra, policiais acabaram descobrindo o telefone da gravadora e passaram a ameaçar os integrantes da banda. Por questões de segurança, o vocalista Rho$$i (passou a adotar esta grafia) e os outros integrantes passaram a apresentar-se escondendo o rosto por trás de gorros, máscaras de jogador de hóquei e pinturas.
Em 1994, o Pavilhão 9 lançou seu segundo disco, Procurados Vivos ou Mortos, pela Paradoxx Music. Três anos mais tarde, pela mesma gravadora, o grupo gravou Cadeia Nacional, gravado, mixado e produzido por Beto Machado (Bob Mac). Com letras que falam sobre problemas sociais enfrentados na periferia das grandes cidades e críticas à violência policial, o Pavilhão 9 voltou a gerar polêmica com o álbum de 1999, Se Deus Vier, Que Venha Armado, o qual tinha a imagem de Jesus Cristo na capa. Além da reação da Igreja Católica e dos políticos conservadores, o CD gerou também o fim do contrato com a gravadora Paradoxx.
Em 2000, assinaram contrato com a Warner Music. Na apresentação no Rock in Rio, em 2001, o vocalista Rho$$i e os outros intergantes fizeram sua primeira aparição pública sem disfarce, após dez anos utilizando uma touca ninja em público.
Depois de um intervalo de 5 anos, Pavilhão 9, uma das principais bandas de hip hop brasileiro e símbolo do protesto dos anos 90, está de volta com força total com tendências de rap, rock e hardcore. “O Pavilhão 9 conseguiu incomodar e mostrar que não é apenas uma mistura de rap com rock, é acima de tudo música de verdade”, diz Thaíde, outro símbolo da cultura hip-hop. O último disco lançado pela banda, Público Alvo, foi lançado em 2006, com produção de Carlos Bartolini e participações especiais de Guga Stroeter, DJ Nuts, Rodolfo Abrantes (ex-Raimundos e ex-Rodox) e Salazar (da dupla Veiga & Salazar). Apesar da conquista de público muito além da periferia e de um disco de ouro (o álbum Cadeia Nacional vendeu mais de 100.000 cópias), o Pavilhão 9 continua mantendo suas já consagradas letras de protesto, mostrando o som do cotidiano na cidade grande: agressividade, poluição, caos, superpopulação, pobreza, polícia corrupta. Em Público Alvo além dos temas sempre presentes em suas letras, o Pavilhão aborda também a política brasileira e mundial. Falam do Brasil sendo saqueado por políticos corruptos e de bombas explodindo em todos os cantos do mundo, aumentando as diferenças sociais. Um exemplo está na música “Mundo Loco”, seguido por “Tô na Minha”, “Expressão”, “Cidade”, “O Anjo e O Diabo”, “Chaosfobia”, “Todos Querem O Controle”, “Cientistas”, “Os Normais São Loucos”, “Raça”, “Polícia E Ladrão” e “Reacionários”.
O novo trabalho do grupo paulistano também prega um mundo sem fronteiras, inclusive com a participação de Billy, vocalista e líder da banda Biohazard (um dos mais influentes na cena hardcore de Nova York), na faixa “Nova Desordem”. Também apresenta uma versão de “Gimme the Power”, clássico da banda mexicana Molotov. O Pavilhão 9 foi o primeiro grupo a fazer o estilo Gangsta Rap no Brasil. Sempre com letras fortes abordando temas que permeiam a desigualdade social no país, o símbolo da banda eram os capuzes e máscaras. O grupo é formado por Rhossi e Doze (vocais), Marinho (baixo), Ortega (guitarra), Munari (guitarra), Fernando Schaefer (bateria).
Discografia Download:
Procurados Vivos ou Mortos (1994)
Se Deus Vier, Que Venha Armado (1999)
Para acompanhar o Pavilhão 9: